Há apenas o que lamentar. Seu afastamento me leva uma parte da vida. O que resta é odioso, menor. Eu observo silencioso essa raiva imensa dentro de mim, como um rio de lava. Ela forma rochedos de ódio calado, que passam a fazer parte das minhas paisagens. Viver é perder e há quem glória queira ver em assim, como um tolo, padecer. Parece uma busca desesperada de que faça sentido e para tanto essa busca exige que tudo que é desejo de beleza e ordem passe a ser chamado de orgulho. Querem ver Deus em tudo, apenas porque é tudo que vêem e precisam acreditar que ele está lá. Esperam que eu me faça outro, que abra mão. Feridas inconsoláveis, que vão sangrar pra sempre. Viver é um longo pesadelo. Nunca mais eu vou ter a esperança de ser feliz.
Sou tanto, sendo apenas mais um.
30 de novembro de 2007
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