1 de novembro de 2006

Eixo do mal




Pense em mim
Como uma nação emergente
A construir paciente
A sua bomba,
Enquanto paga os juros
Das suas juras
De botequim.

Pense em mim.
No contrato rompido
E nessa dívida eterna.
Pense em mim
E na linha vermelha
Da relação comercial,
Pesada na balança
Daquela que, de tão equilibrada,
Parece cega, mas traz a espada
Na outra mão.

Pense em mim,
No telefone que não toca,
Declarando a moratória
Das palavras empenhadas,
Moedas sem lastro
Da sua oratória.

Pense em mim
Como uma nação emergente
A construir paciente
A sua bomba,
Enquanto paga os juros
Das suas juras
De botequim.

Pense em mim,
Nesse teu carteado
E na carta invertida,
Arcano menor a revelar
Mulher ruim
Na minha vida.

Pense em mim,
Que vou chegando
À fissura do átomo,
Ao eixo do mal.
E se é bilateral,
Não histeria, demagogia,
Discurso golpista
Com ambição imperial,
Levanta logo essas sanções
Embargando os nossos corações
Que eu quero já a nova ordem.

Pense em mim
Como uma nação emergente
A construir paciente
A sua bomba,
Enquanto paga os juros
Das suas juras
De botequim.

Pense nessa poesia.
Vai aí diplomacia
E amostra enriquecida do minério
No verso a te avisar
Da explosão que vai mostrar
O perigo de manipular
Elemento assim tão sério.
Pense em mim.
Um beijo, meu amor,
Da sua alma a-fim.

Mas pense em mim
Como uma nação emergente
A construir paciente
A sua bomba,
Enquanto paga os juros
Das suas juras
De botequim.

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