4 de dezembro de 2005

Soneto 110

Resvalando a beira dos precipícios
Em passadas sem rumo e sem norte,
O ansioso andarilho deixa indícios,
Em sua jornada diante da Morte.

Deixando de seu sangue os resquícios
O testemunho de seus tantos cortes,
O ansioso enumera os seus suplícios
Em seu íntimo os golpes da má Sorte.

Rastejando vai sofrendo inquieto
A escavar sempre o mesmo abismo
Atordoado pelos velhos sismos,

E tropeçando vai caindo incerto
A procurar sempre o infindo saber
Inconsolado quando vai morrer.


Leonardo de Magalhaens

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