Ganiu a vida:
- Que delicia de brinquedo!
Encorajar com um medo
Um outro medo!
E riu com um prazer a vida,
Quase sexual,
Antecipando o sabor
Da esperança frustrada
Do servo que ainda resiste,
Disse - te provo de novo
Que venço afinal!
Rasteja, animal!
Por que não escreve um verso
Um poema triste
Pra eu te ler na curra?
É mais perverso e eu gosto
Se você luta
Na hora da surra!
Ou prefere que eu leia
Aquela sua carta de amor?
Pra eu te foder, que delícia,
Com imensa dor!
Gritou a alma, enojada:
- Me solta!
Isso! assim! - gemeu a vida
- Mais revolta!
Fala aquilo, vai
Que ela disse pra você!
Ai, tesão, eu gozo
Lambendo decepção!
Assim que eu gosto, chora!
Vem cá agora, escravo,
Chupar minha dura lição!
Quero te ouvir dizer
Por favor isso não!
Mais dor, coração!
Vamos lembrar:
Vocês dois na praça,
Uma canção!
E, babando, disse, medonha,
Rilhando os dentes:
- Anda, sonha!
Pra eu te arrancar pedaço!
Ou vai pensando, lê um livrinho,
Enquanto eu faço!
Me xinga, fala palavrão,
Faz uma oração se preferir!
Eu gosto da presa que chora
Da que briga e me faz rir!
Isso, assim, que saudade!
Que buraco!
Que dor! To quase!
E, estuprada a alma,
Gozou a vida na face
Do que ela tinha de melhor.
Que gostoso! – disse, cachorra,
no rosto da desgraçada,
limpando a porra.
– Sente o gosto da piada!
30 de julho de 2005
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Calma, homem!
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