Por que? - me perguntaram -
Alguma vontade mimada
De aparecer?
Alguma estúpida demonstração
De poder?
Não, eu li na Veja,
Isso é moda teen,
É frescura, isso sim,
O que quer que seja!
E tem cura: porrada
Melhor seria tomar
Uma cerveja!
Por que? – me perguntaram -
Foi na cerca de arame, eu disse
Prefiro assim,
Melhor não descrever
O anoitecer da aurora
Vermelha e negra
Dentro de mim
À portas fechadas
Dar um passo
Em direção à sombra
Num campo além
Dos conselhos e razões
Sobre estar bem
Faça o que eu digo
Não faça o que eu faço
E não conto a ninguém
17 de agosto de 2005
16 de agosto de 2005
Essas estradas
De onde vem estas estradas,
Luzes refletidas nas pistas molhadas?
Serão estas estradas as pistas
Da memória de outras moradas
Pegadas mentais
De esquecida caminhada?
Ou apenas subprodutos banais
Da mente recombinando
a existência de coisas reais?
Sim, mas recombinar pra quê
Não fosse a essência
Desse mais a dizer?
Essas imagens que pinta
Essa saudade sem passado
Aeroportos, luzes
Auto-estradas iluminadas
Naves espaciais
De onde vem o sentimento
De um saudoso algo mais?
Será infeliz quimera,
Distorção do pensamento?
Como pode sentir o tudo que há
Que algo lhe falta?
De algum lugar simbólico ou real
Estarão vindo?
Ou estarão fugindo
Essas estradas
De levar a lugar algum?
Luzes refletidas nas pistas molhadas?
Serão estas estradas as pistas
Da memória de outras moradas
Pegadas mentais
De esquecida caminhada?
Ou apenas subprodutos banais
Da mente recombinando
a existência de coisas reais?
Sim, mas recombinar pra quê
Não fosse a essência
Desse mais a dizer?
Essas imagens que pinta
Essa saudade sem passado
Aeroportos, luzes
Auto-estradas iluminadas
Naves espaciais
De onde vem o sentimento
De um saudoso algo mais?
Será infeliz quimera,
Distorção do pensamento?
Como pode sentir o tudo que há
Que algo lhe falta?
De algum lugar simbólico ou real
Estarão vindo?
Ou estarão fugindo
Essas estradas
De levar a lugar algum?
Europas
Relativizar, esquecer
Tornar menor
Por que não enxergam
Que essa cura mata a doença
E o doente?
Diagnosticam o corpo
Como a doença
Da doença que o mata.
Orgulho, dizem,
Ilusão, egoísmo
Romantismo
Essas palavras são Europas
Dividindo e nomeando
Sem critério
Dando nomes que retalham,
Distorcem e devoram
Áfricas e Ásias
Com outras palavras
E idiomas
Tornar menor
Por que não enxergam
Que essa cura mata a doença
E o doente?
Diagnosticam o corpo
Como a doença
Da doença que o mata.
Orgulho, dizem,
Ilusão, egoísmo
Romantismo
Essas palavras são Europas
Dividindo e nomeando
Sem critério
Dando nomes que retalham,
Distorcem e devoram
Áfricas e Ásias
Com outras palavras
E idiomas
13 de agosto de 2005
Pedir
Pedir ao todo que se contente em ser metade. Pedir ao único que seja outro. Pedir a um murro que seja um poema. Pedir ao fim que seja outro começo. Dizer à derrota que valeu a pena. Pedir ao absurdo que seja normal. A um estupro, que seja prazer. Pedir a uma nação que seja o nordeste seco do Brasil, ou algum pobre interior de Minas. Pedir à beleza que seja a de cada um. À verdade que sejam várias. Ao conhecimento que tenha fé. À liberdade que se limite a ser a de uma outra forma de ver. A uma conversa que seja no divã, e só depois de amanhã. A um sorriso que seja gratuito. Pedir à vida que vá ser feliz em outra parte. Pedir ao mundo que seja este.
Subscrever:
Mensagens (Atom)